No ajustamento do universo brotastes
enérgica, majestosa e mágica.
Tua vitalidade e fecundidade arquejavam
forte.
Tua natureza se sustentava com a
convivência harmoniosa de teus rios, tuas matas, tua flora e tua fauna.
E ainda produzes a sombra que ameniza, nos
teus pés, a temperatura da urbe.
Tu abonavas água e ar puro. Teu viço era
precioso. Tua fertilidade era sagrada. Teu som harmonioso emanava das águas,
dos ventos e dos pássaros.
Com teu poder majestoso e enigmático
atraístes o homem.
No início o índio Maranguab que, com sua
tribo, te agregavam e respeitavam.
Depois o homem branco que, por se achar
teu possuidor, te maltrata e oprime.
Substituiu tuas matas pela lavoura do café
e da banana.
A seguir, chegaram os mais abastados da
cidade grande que queriam saborear tuas águas, teu clima e tua paisagem.
Suas construções abusaram de teu corpo,
reduzindo tua carne e teu sangue, e aniquilando teus entes.
De vez enquanto tu reages com o desastre,
sinalizando o limite da exploração: os deslizamentos.
Mas também tu sinalizas o belo com o verde
proveniente das chuvas e o amarelo dos teus ipês.
Como convidando os humanos mais
conscienciosos para uma reação salvadora.
Oh, adorada serra, um dia quero vê-la de
novo plena!
Um comentário:
Pau d'arco amarelo, a marca da Serra de Maranguape.
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