18 de março de 2021

25 de fevereiro de 2021

Os noventa anos do Quincas e o desaparecimento da carteira da Bia!

 







Por Marcelo Silva



Hoje, 04 de julho de 2020, é um sábado especial: o nosso Joaquim Silva faz aniversário.

Anteriormente, estava planejado pelos filhos e sobrinhos uma grande comemoração, com a realização de mais um tradicional São João da família. Seria, em 2020, o “São João do Quinca”. 

Mas, infelizmente, surgiu a inesperada pandemia e, com ela, uma quarentena impedindo a nossa tradicional festa junina de todo ano.


Mesmo assim - como de hábito em todos os sábados - nos reunimos na nossa Casa Verde em Maranguape, e “aumentamos a quantidade de pratos” na nossa mesa do almoço!


Os manos que moram em Maranguape: Maria Sylvia, Lúcia, Marcus e eu viemos todos dar o nosso abraço no Quinca!


Antes do almoço tomamos a famosa “cambica” (jerimum com leite) feita pela Bia. No almoço, feito pela Maria, saboreamos um “baião de dois” junto com carne de porco trazida pela Lúcia que, também, trouxe uma gostosa sobremesa de ovomaltine.


Os parabéns foram no apagar da vela sobre um gostoso bolo trazido pelo Silva Neto e o Carlos Augusto.


A cervejinha veio depois! Com “pacidônia” como falava o nosso inesquecível Renato Motta.


O desaparecimento da carteira da Bia

 

O dia passou rápido e chegou a hora da volta para casa! Cada qual pegando seus pertences, é claro.


Foi, quando mais do que de repente, a Maria Sylvia procurou a sua carteira! E aí? Não a encontrou.


Todo mundo se envolveu, procurando em toda a parte a tal carteira. A Telinha foi lá em cima na casa, procurou também dentro do carro do Marcus, que trouxera as duas irmãs, e nada de encontrar!


A Lúcia, já perdendo a sua paciência, disse: “Maria, fica aí! Eu já vou com o Davi que já está esperando há muito tempo por nós”!


O Paulinho, telefonou pra o Enilson, e explicou a questão! Ele (Enilson) respondeu “que não viu ela levar essa tal carteira não!”


A busca se acelerou mais ainda, e nada de encontrar-se a carteira da Maria, que ficava cada vez mais preocupada!


Aí, ela e a Lúcia, que sempre assegurava ter visto a carteira na mão dela quando entrava em casa, resolveram, de qualquer maneira, irem embora para casa com o Davi.


Maria Sylvia, já em casa telefonou pra Virgínia e, mais ainda angustiada, afirmou: “Virgínia, eu acho que foi aquela mulher que fez o almoço, ela estava lá no Marcus quando eu pus a carteira encima da mesa, foi ela! Ameaça-a, então, dizendo que vai denunciá-la à polícia!” A Virgínia, claro, conhecendo a nossa outra Maria, não concordou com as suspeitas da Bia!


Depois, já com todos muito invocados com o desaparecimento da carteira, resolvemos fazer uma pesquisa nas câmaras de segurança da casa lá de cima e na minha casa. O Marquinhos foi o operador.


Aí, com o olho grande na Bia, acompanhamos todos os seus percursos e passos. Moral da história: não observamos nenhuma cena com a Bia segurando a tal carteira!


Também, no vai e vem dos deslocamentos entre as duas casas, a Telinha lembrou-se de procurar a carteira na despensa lá da casa, pois a Maria afirmara que tinha ido lá pegar um saco pra por um mamão dentro. Ela foi, mas... a carteira não estava lá.


Eu, que já incorporara antes a ideia de que a Bia, na realidade, não tinha trazido a carteira de casa, fiquei mais ainda convencido disso. Mais uma vez, telefonamos pra Bia, e insistimos: “Maria procura bem essa carteira aí, nós te acompanhamos aqui nas câmaras e você - em nenhum momento - estava com essa carteira na mão!” Ela respondeu: “já procurei em tudo que é canto e não encontrei!”


Já chegando a noite e continuando o processo de raciocínio na busca da carteira, todos nós ficamos pesquisando outras alternativas.


Tivemos um outro insight: telefonar para o Joaquim, que já havia chegado em casa, e pedir pra ele olhar dentro da bolsa que recebera o presente da Bia. Poderia, sim, a bolsa estar lá! Logo o Joaquim respondeu, dizendo que vira a Bia entrar com a bolsa debaixo do braço. Procurou junto ao presente e nada de carteira! Pediu que a gente procurasse mais a carteira.


Nesse ínterim, atendemos outro telefonema da Bia afirmando que estava mais preocupada ainda com a perda da carteira, devido estar dentro dela o cartão da Caixa Econômica, junto com a anotação da senha. Imaginem!


Lá “pras” 19 horas - já estávamos até falando sobre outros assuntos – recebemos outro telefonema. Desta vez era a Patrícia que afirmou: “Tio! A tia Maria Sylvia encontrou a carteira!


E eu respondi, como!? E a Patrícia falou: “ela ligou pra Roberta para que bloqueasse o cartão da Caixa.


A Roberta pediu que ela desse o número do cartão, aí então, ela foi até ao seu guarda roupa pegar o mesmo.


E aí que, logo ao abrir o móvel, apareceu a CARTEIRA!


Passado tudo isso, na realidade, tivemos uma manhã/tarde/noite de aniversário do Quinca muito movimentada e divertida.


Tudo de conformidade como deve ser a vida!


E viva o Quinca! E viva a vida! Sigamos todos!











17 de abril de 2014

Carta de despedida de Gabriel Garcia Marquez

http://youtu.be/1HK3tkw0g5k

REMINISCÊNCIAS DO CENTRO DE FORTALEZA










REMINISCÊNCIAS DO CENTRO DE FORTALEZA


Todas as cidades passam por um processo dinâmico de crescimento. O fator principal da aceleração da urbanização é o desenvolvimento da economia. A visibilidade maior da expansão urbana  acontece nas novas ocupações do solo com o surgimento de loteamentos e na renovação urbana quando edifícios são demolidos e substituídos por outros. Em Fortaleza essa realidade é notória, até porque a nossa sociedade culturalmente não valoriza a  memória da cidade. "Meu Deus, quantos edifícios de valor histórico já foram demolidos!".

Mais sintomático ainda são as transformações no centro da cidade onde há muitas demolições e reformas de edificações para a adaptação de novos usos com mudança constante da paisagem. Estas transformações não acontecem somente no ambiente físico, mas também nas atividades comerciais. A globalização chegou avassaladora e provocou a instalação de empresas de fora, substituindo as genuinamente locais. No entanto, há exceções de algumas casas comerciais que heroicamente resistem a esse processo e hoje  lutam pela sua permanência na área central da cidade.

Um bom exemplo é o "Palácio das Canetas", fundado em 1966, situado na rua Barão do Rio Branco, quase esquina com a rua Guilherme Rocha. Lá estive por diversas vezes para comprar carregos de canetas e placas/troféus. A loja me chamou a atenção pela conservação da sua antiga cenografia e pela oferta de produtos atualmente pouco consumidos. Não esquecendo a boa acolhida da funcionária Ilma Moura, que lá trabalha desde 1984 e  do proprietário, o sr. Lauro Luiz da Rocha, de 89 anos, com o qual bati um "bom papo".  

Sr. Lauro chegou de Pernambuco em 1949. Inicialmente se instalou na praça do Ferreira no frequentado, na época, "Abrigo Central". Em 1965, ele comprou ao incorporador, José Alcy Siqueira, o atual prédio, onde trabalha até hoje. Diga-se de passagem, resistindo heroicamente às  altas ofertas de compra.
Ele falou das dificuldades porque passa, hoje, o seu negócio com uma redução de 80 % nas vendas das canetas devido serem elas atualmente descartáveis, como também, pela concorrência desleal dos produtos chineses ofertados a baixos preços.
Apesar de tudo, sente-se feliz por contar com a participação dos dois filhos e dois netos na  resistência da sua atividade comercial.
"0 mais importante é a saúde que Deus me dá e a minha vontade de trabalhar!", afirmou sorrindo o sr. Lauro.


25 de março de 2014

A CIDADE E SUAS ÁREAS VERDES




Parque Rio Gavião


Parque Rio Gavião

Parque Rio Gavião


A CIDADE E SUAS ÁREAS VERDES


Agora, no final de março, comemoraremos a Semana da Árvore. Tempo para meditarmos mais sobre a importância da arborização nas cidades e, por consequência, sobre as áreas verdes urbanas. Infelizmente, somente, agora, a sociedade desperta para a necessidade  das cidades manterem as áreas verdes existentes (praças, parques e cidades), como também, consolidarem outras novas  nos loteamentos que materializam a expansão urbana.

Estes espaços públicos contribuem para o combate ao aquecimento global quando as árvores absorvem o gás carbônico liberando oxigênio e favorecendo a limpeza do ar. As árvores são essenciais para a espécie humana na busca da qualidade da nossa saúde respiratória/ cardiovascular e do nosso estilo de vida.  Não esqueçamos o estímulo que essas praças e parques oferecem para o favorecimento do convívio social da  sociedade.

Resumindo: toda cidade de qualidade terá que respeitar o meio ambiente. Para tanto as gestões municipais contam com o amparo de leis nos âmbitos federal, estadual e, principalmente, municipal. Por exemplo, a Constituição Brasileira no seu Art. 225 reza: “Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”.
No âmbito dos municípios temos o Plano Diretor e outras legislações urbanísticas que devem cobrar do próprio poder local e da sociedade o seu cumprimento. Missão cívica que deverá ser corroborada pelo Ministério Público.

A cidade de Maranguape, infelizmente, não é referência de bons exemplos nessa prática. Mergulhando um pouco “no túnel do tempo” temos muitos exemplos lamentáveis de intervenções urbanísticas que deixaram um legado negativo na nossa urbe. Vejamos alguns: 1. a Praça em frente ao antigo Paço Municipal, fruto inclusive da orientação do urbanista  Adolfo Herbster que marcou presença aqui no século XIX, foi substituída por um Hospital, e hoje, por um futuro shopping, 2. a Praça Joaquim Sombra,  parte do espaço cedida aos Correios e 3. a Praça do Centenário de Maranguape, em frente ao Solar do Sombra, eliminada e onde foi construída a antiga Estação Rodoviária.

Mais recentemente, tivemos deletada (pra usar um termo mais moderno) as áreas verdes de dois grandes loteamentos da cidade: o “Novo Maranguape” e o “Novo Parque Iracema”, irresponsavelmente por agentes políticos locais quando foram ocupadas por  loteamentos que deveriam ter sido implantados noutros locais. E, muitas outras áreas, que foram doadas por gestores, num populismo explícito.

Claro! É muito fácil um gestor municipal cooptar alguns setores da sociedade para optarem por uma atitude que atenda em primeiro lugar a si, do que escolher uma ação legítima e mais necessária para a sociedade como um todo. A cidade não pertence somente aos vivos de agora. É missão da administração pública e da sociedade local planejá-la urbanisticamente e cientificamente falando e, o mais importante, cumprir essas diretrizes qualificadoras do espaço urbano.

Que esta Semana da Árvore leve nossas cidadãs/cidadãos e o poder local a refletir sobre o que é realmente fazer o BEM para nossa querida cidade de Maranguape!



25 de junho de 2013




BRASIL: REFORMA POLÍTICA JÁ!

As manifestações de rua tiraram o Brasil da mesmice. De repente o povo acordou e foi para as ruas e praças protestar. Inicialmente em São Paulo motivado pelos vinte centavos de aumento nas passagens de ônibus.

Mas foi somente a gota dágua. Depois as manifestações se alastraram pelo país afora. As reivindicações são as mais diversas: melhores serviços públicos: educação, saúde, segurança, contra a PEC 37, a corrupção e o projeto cura gay, um poder judiciário justo e muitas outras. Também a contestação dos altos custos gastos pelos governos para a Copa do Mundo.

Recorro-me à Lei de Newton para justificar essa revolta popular: “A cada ação teremos uma reação”. A população não aceita mais a forma hegemônica dos três níveis de governo executivo que se se comportam como se fossem dono da verdade, cooptam políticos e partidos para massacrar as oposições. Daí a reação das pessoas à participação de partidos políticos nas manifestações.

Na verdade é como se vivêssemos em uma ditadura branca.  Hoje no Brasil, tanto o governo federal, como os governos estaduais e municipais  -estes em  menor escala -  tem ampla base partidária e dominam completamente o legislativo. Vale o “toma lá da cá”. No entanto, toda democracia requer uma oposição firme, contestadora e propositiva.

As políticas públicas são realizadas não para melhorar a vida das pessoas, mas para consolidar a permanência dos que estão hoje no poder. Não há uma sobreposição entre o que realizam os governos executivos e o que é prioritário para o cidadão comum para alcançar uma vida melhor.

Mais um ditado popular: tudo na vida tem limites. O povo por não se sentir representado pelos agentes políticos e partidos vai às ruas e faz essa oposição.
Na realidade a causa de todo este “status quo” é que nossas instituições políticas estão totalmente ultrapassadas. Elas são ainda resultado da Era Industrial que ditou este desenho institucional que não mais comporta a diversidade e complexidade da sociedade atual.

Faz-se urgente uma mudança radical na forma de fazer política e de governar o Brasil. Os partidos políticos precisam passar por grandes transformações para que possam se credenciar como intermediários autênticos da população nessa nossa democracia representativa.
No entanto, se depender do atual Congresso Nacional jamais a reforma política se consolidará, pois quem está no poder não vai querer mudar as regras pelas quais se elegeram.


Essa reforma somente será realizada com um conteúdo ideal para fazer as transformações que desejamos na política se for emanada de uma Constituinte. O povo elege os constituintes somente para fazer a reforma, depois, todos deverão ser destituídos. Aí sim teremos um novo Brasil. Reforma política já!

17 de março de 2013

TERESINA É VERDE


  Parque Lagoas do Norte
 Parque Lagoas do Norte
Parque Lagoas do Norte
 Parque Encontro dos Rios
 Parque Encontro dos Rios

Parque Encontro dos Rios


TERESINA É VERDE

Toda vida que estou chegando, de avião, numa cidade observo logo a relação área construída / área verde.  Quando digo área verde me refiro às áreas públicas e privadas. Esta semana estive em Teresina. Chamou-me atenção os fundos de quintais: todos verdes.

Teresina passa por um processo de crescimento acelerado. Há muitos novos loteamentos e construções. A cidade tem o privilégio de ser cortada por dois rios: o Parnaíba e o Poti cujas áreas de domínio estão sendo resgatadas.

O rio Poti está morrendo: assoreado e tomado por aguapés com redução acelerada do seu curso dágua. Ao meu olhar, nos últimos anos, Teresina - ao contrário de muitas capitais brasileiras - teve a regalia de ter boas gestões públicas, com intervenções urbanísticas significativas.

Como, por exemplo, a implantação de dois parques urbanos que tive a oportunidade de visitar: o “Parque Encontro dos Rios” e o “Parque Lagoas do Norte”, cujo projeto urbanístico foi apresentado na Rio + 20 e foi, inclusive, considerado modelo pela ONU. VIVA O VERDE! VIVA TERESINA!

31 de dezembro de 2012

A OFICINA, ALIÁS, O JARDIM DO SR. JOÃO

















A OFICINA, ALIÁS, O JARDIM DO SR. JOÃO

Quem passa na rua São Tarcísio, na Praça do Rosário, e olha para o terreno da antiga Estação Ferroviária pensa estar vendo um jardim. Mas na realidade ali funciona a oficina do senhor João. Logo na entrada uma placa apela às pessoas “para que não mexam no jardim!” No geral as oficinas, até pelo tipo de uso de consertos de carros tem um aspecto de sujeira.

Aí está a  grande contradição do cenário da oficina do sr. João: em vez de entulhos e lixo o que enxergamos são plantas floridas, fruteiras, muito verde... Facilmente temos acesso a mangas, goiabas, romãs, limão, sapotis e até uma fruta exótica chamada “noni”. Esta fruta tem as propriedades de curar várias doenças, como: câncer, doenças cardíacas, distúrbios digestivos, diabetes, doenças autoimunes, acidentes vasculares e problemas de peso. 

O próprio sr. João é um usuário diário do suco da “noni’ e tem se dado muito bem no tratamento de sua diabete. Chama-nos a atenção também a diversificada farmácia viva: a corama, a babosa, o malvarisco, o boldo, o mastruz e outros.

No entanto este “oásis”, no centro de Maranguape, se destaca também pela moradia de diversos pássaros que circulam tranquilamente no local. O cuidado do sr. João propiciou um pequeno reservatório dágua onde as rolinhas tomam banho ao meio dia. Não raro estamos sempre ouvindo os cantos dos passarinhos!

Realmente o sr. João é um exemplo de cidadania e de amor à natureza. Seu “dia a dia” faz muito bem aos seres vivos. É um cuidador do meio ambiente!

19 de novembro de 2012












SALVEMOS A ALMA DE MARANGUAPE!


Senhores Prefeitos (atual e futuro), Vereadores(atuais e futuros), Deputados, Cidadãos e Cidadãs maranguapenses

Hoje, Maranguape comemora 161 anos de emancipação política. Também, muito breve teremos mudanças na gestão e no legislativo local. É tempo de todos nós fazermos uma reflexão sobre o Maranguape de hoje e qual o futuro que nos aguarda. Quais nossos problemas e necessidades? Quais nossos desafios? Qual o Maranguape que queremos? O que induzirá a qualidade de vida da nossa gente?

São questões difíceis de ser respondidas. Maranguape hoje passa por momentos muito complexos e preocupantes. Sua localização como município da Região Metropolitana de Fortaleza consolida a influência negativa da urbanização acelerada da capital destruindo como um tsunami a nossa identidade, a nossa alma. São os “de fora” que com seu capital passam a ocupar e dá as regras na vida do nosso município/cidade destruindo nossa cultura e nossa memória. Caetano Veloso sintetiza esta situação muito bem na canção: “da força da grana que ergue e destrói coisas belas”.

Todo município/cidade tem seus aspectos físicos naturais que qualificam o local.  Deus deu a Maranguape a nossa serra que qualifica e emoldura a cidade. Ela é o nosso grande ícone ambiental, e, portanto, deve ser tratada como um tesouro ecológico. O patrimônio natural é fundamental para a qualidade de vida das nossas cidades, como também, fonte educadora para que a atuais e futuras gerações aprendam, através dos elementos básicos da natureza, a interagir de forma inteligente e sustentável com os recursos naturais o sentimento do amor e da vida.

Mas, até com mais importância, também, todo município/cidade possui uma identidade criada pelas diversas gerações que aqui já passaram: é a nossa cultura, a nossa alma. Já dizia Chirico, grande pintor grego: “A cidade e a arquitetura exprimem a psicologia e a emotividade dos indivíduos e das coletividades, já que nelas se difundem a transbordante habilidade criativa do homem”.

São valores patrimoniais construídos por várias gerações de Maranguape, nos diversos ciclos econômicos, como o da cana de açúcar, o do café e o do algodão. Foram ações de empreendedores maranguapenses que edificaram casarões, engenhos e fazendas. Verdadeiras obras de arte, que valorizam e qualificam a nossa paisagem urbana e rural. Infelizmente muitas dessas referências significativas do nosso patrimônio histórico já não existem mais. Mas, muitas relíquias patrimoniais ainda sobrevivem e devem ser salvas e protegidas.

Como, por exemplo, as antigas edificações do “Engenho dos Vianas” que numa boa negociação com os proprietários envolvendo a aprovação de um futuro loteamento poderá ser transformado em área verde ou institucional. Outro edifício, a antiga “Estação Ferroviária”, belo patrimônio resquício da estrada de ferro Maranguape – Fortaleza poderá ser restaurado através do diálogo com a equipe do Metrofor.

Maranguape é privilegiado por ter filhos de destaque na história nacional. Basta citarmos apenas dois grandes ícones: Capistrano de Abreu, um dos maiores historiadores do Brasil e Chico Anísio, maior humorista brasileiro. É imperativo e justo o poder público homenageá-los com a implantação de museus ou memoriais que se transformariam em grandes atrativos para o turismo cultural.

A própria iniciativa privada reconhece a importância que tem os equipamentos culturais e de lazer na economia municipal e implantou o Museu da Cachaça, hoje uma grande atração turística. Jamais podemos deixar de valorizar e preservar os legados deixados por instituições tradicionais que fizeram tanto bem a nossa sociedade como: a Escola Santa Rita (com o anexo da bucólica Capela que abrigou por muito tempo a fé da nossa gente), o Colégio Anchieta, a Sociedade São Vicente de Paula, a Sociedade Artística (esta já restaurada), o Abrigo dos Pobres, a Escola São José (Edite Nunes), o Maranguape Clube, o Cascatinha Clube de Serra, o Centro Operário, a Banda de Música Municipal, a Academia de Letras de Columijuba e muitas outras.

Nossas igrejas são bons exemplos histórico-arquitetônicos a serem preservadas para não perder as suas características originais. Um excelente exemplo foi dado pela Assembleia de Deus que construiu uma nova sede, mas conservou o imóvel histórico.
Temos que ampliar nossa visão. Ver que o mundo atualmente passa por grandes mudanças econômicas. O processo de desindustrialização é uma realidade. As cidades estão sendo reinventadas consolidando-se a economia criativa que busca na cultura e na produção do conhecimento um novo tipo de progresso. Maranguape tem todo o potencial para se inserir nesta nova economia buscando um desenvolvimento sustentável.

Também nossas manifestações culturais tem que ser preservadas e incentivadas, como as festas religiosas nos mais diversos recantos do município, a potencialidade das comemorações da Semana da Pátria já tão incorporada no seio da nossa sociedade, as festas juninas com o festival de quadrilhas, o Festival do Humor já no calendário turístico nacional, o carnaval e o réveillon.

Outra ação fundamental para a sustentabilidade da alma de Maranguape é o incentivo à produção das artes. “A arte desbloqueia nossa mente e nos coloca a viajar e a caminhar num mundo de imaginação, em busca do belo e do concreto, nos colocando em estado puro de espírito para que a vida nos torne esclarecedora, clara e objetiva, no campo da verdade e da certeza” (Veveu de Ouro Preto).

Maranguape é rico de valores artísticos na literatura, nas artes plásticas, na dança, no teatro, na fotografia, no cinema, etc. Faz-se necessário a implantação de mais equipamentos públicos culturais, como: bibliotecas, pinacotecas, museus, casas de cultura e escolas de artes. Assim, nossa juventude terá oportunidades prazerosas para fugir da marginalidade e das drogas, um grande mal da contemporaneidade.  
O “Museu da Cidade” deve aumentar o seu acervo e transformar-se em um instrumento para o conhecimento da história e da memória do município. Ele deve incluir na sua linha de ação a produção de livros, fotografias e vídeos que resgatem a vida maranguapense  em todos os aspectos e épocas com o uso de imagens e entrevistas.

Outro fator determinante na busca da proteção da alma de Maranguape é a mudança de consciência da sociedade que somente se concretizará através de uma carga gigantesca de educação ambiental e patrimonial nas nossas escolas. A bandeira pela preservação da alma de Maranguape tem que ser erguida por todas as forças vivas da sociedade. Os interesses coletivos por um município/cidade de identidade preservada e saudável devem se sobrepor aos interesses específicos e particulares. Faz-se necessário, neste momento, que as lideranças políticas esqueçam suas diferenças e se unam em prol do salvamento da qualidade de vida da família maranguapense preservando a alma da nossa terra.


23 de outubro de 2012

“A HUMANIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS PELA ARTE”




O homem desde as cavernas progressivamente cria novas tecnologias. Passo a passo ele acumula conhecimentos que geram constantemente novas tecnologias.

Há inventos, e mais inventos. Há uma progressiva construção tecnológica sempre buscando o futuro.
Diana afirma: “A arte no século XXI: a humanização das tecnologias coloca uma questão atual: a produção artística sintonizada com os avanços tecnológicos, revelando os aspectos humanos das tecnologias. estas reflexões tem a arte como ponto de convergência e são pensados os efeitos das tecnologias na vida contemporânea, determinando traços da cultura deste final de século”.

Não há como separar a tecnologia da arte. As primeiras expressões da arte, nas cavernas, certamente o homem usou a química para definir o uso das tintas.

Hoje principalmente com a revolução digital o mundo se transformou em um grande organismo vivo com o surgimento das redes sociais. As conquistas da eletrônica e da informática promoveram uma grande revolução nas relações humanas.  Consolidam-se, cada vez mais, as relações das ciências humanas, das ciências exatas e das ciências da vida. A arte caracteriza-se pela mutabilidade e pela efemeridade. Ela é acima de tudo interativa e busca a participação coletiva. O artista tem que ter uma cosmovisão, uma visão ampla do mundo contemporâneo.

Não existe mais somente o cérebro humano. A tecnologia criou o cérebro digital. O artista não é mais sozinho o autor de suas obras, a máquina lhe é incorporada e promove a socialização de sua criação. Surgiram os netmuseus, as netgalerias e as netmagazines proporcionando  as comunidades virtuais.

A arte ganha o conceito de “obra aberta”, de todos e não é mais proprietária da elite, ela se dissemina nas massas ocupando espaços antes inexistentes. Agora não é somente participação, é também interação. A ciência robótica cria o homem virtual que em muitas ações substitui o homem em sua atuação onde se somam a engenharia mecânica e elétrica, a inteligência artificial, a engenharia eletrônica e a física. O homem usa a capacidade das máquinas para mudar seu pensamento.

Surge, também, a cibernética que controla a comunicação e as máquinas. Surge uma mentalidade consequência da era digital com instrumentos extensivos da capacidade do corpo humano.

A arte é modificada com esta “simbiose do tecnológico/artificial/natural interfaceado ao físico/real e virtual/digital”.
“As tecnologias  ampliaram o campo de percepção por novas formas de existir antes não permitidas por um corpo somente biológico”.

Cada vez mais as máquinas transformam as mentalidades e os pensamentos do homem: “o sangue tem o mesmo valor que a corrente elétrica”.
Na contra mão existem aqueles que veem um grande perigo nesta dependência do homem com a máquina, e, portanto condenam esta realidade. Acham que o homem está reinventando uma nova vida.

Em minha opinião não há como separarmos a arte da ciência. As novas tecnologias estão criando um mundo totalmente diferenciado, mudando seus conceitos e valores e fazendo surgir uma sociedade abertas a novos conceitos e comportamentos.
Um exemplo mais claro é a redução drástica das distâncias encurtando caminhos, eliminando fronteiras e massificando culturas.

A arte não tem como fugir desta realidade. Um exemplo mais contundente está na arquitetura onde é visível as transformações com o surgimento de novas tecnologias  e materiais de construção.
Resta-nos aceitar as novas tecnologias e fazer da arte um grande instrumento transformador para alcançarmos uma sociedade justa, igualitária e sustentável.





14 de julho de 2012


FORTALEZA E A CONTRADIÇÃO TRIBUTÁRIA

Como todas as capitais brasileiras, Fortaleza sofre hoje um processo de urbanização acelerada. Como consequências existem grandes problemas que ameaçam a qualidade de vida da cidade, como: a pobreza, a degradação do meio ambiente, o trânsito caótico, o déficit habitacional e outros mais.
A injustiça tributária nos municípios brasileiros faz com que as gestões municipais passem por enormes crises. Não há uma proporcionalidade entre as competências do poder local como realizar: obras, serviços e produtos para a solução dos problemas e atendimento das necessidades da população e o orçamento municipal. O prefeito tem que apelar por recursos oriundos das outras esferas de governo. Realidade que muitas vezes geram dependência política e administrativa.
Os prefeitos devem pressionar para mudar esta lógica, lutando por uma reforma tributária justa que venha dar vez ao município e, por consequência, ao cidadão e cidadã comum que são os que mais sofrem com esta situação. Faz-se necessário acelerar e concluir o Pacto Federativo para que o Brasil tenha um município verdadeiramente autônomo e independente.
No Ceará a rede urbana é totalmente desequilibrada com uma grande concentração populacional na Região Metropolitana, tendo Fortaleza como cidade polo. Fato que transforma Fortaleza na cidade receptora das necessidades da população do Estado do Ceará. O exemplo mais explícito está na saúde aonde o Hospital “Frotão” é forçado a atender pessoas de quase todo o Ceará.




11 de junho de 2012

SERRA DE MARANGUAPE










SERRA DE MARANGUAPE

No ajustamento do universo brotastes enérgica, majestosa e mágica.
Tua vitalidade e fecundidade arquejavam forte.
Tua natureza se sustentava com a convivência harmoniosa de teus rios, tuas matas, tua flora e tua fauna.
E ainda produzes a sombra que ameniza, nos teus pés, a temperatura da urbe.
Tu abonavas água e ar puro. Teu viço era precioso. Tua fertilidade era sagrada. Teu som harmonioso emanava das águas, dos ventos e dos pássaros.
Com teu poder majestoso e enigmático atraístes o homem.
No início o índio Maranguab que, com sua tribo, te agregavam e respeitavam.
Depois o homem branco que, por se achar teu possuidor, te maltrata e oprime.
Substituiu tuas matas pela lavoura do café e da banana.
A seguir, chegaram os mais abastados da cidade grande que queriam saborear tuas águas, teu clima e tua paisagem.
Suas construções abusaram de teu corpo, reduzindo tua carne e teu sangue, e aniquilando teus entes.
De vez enquanto tu reages com o desastre, sinalizando o limite da exploração: os deslizamentos.
Mas também tu sinalizas o belo com o verde proveniente das chuvas e o amarelo dos teus ipês.
Como convidando os humanos mais conscienciosos para uma reação salvadora.
Oh, adorada serra, um dia quero vê-la de novo plena!