15 de dezembro de 2010

MATERNIDADE OLINTO DE OLIVEIRA: NASCIMENTO E MORTE




MATERNIDADE OLINTO DE OLIVEIRA: NASCIMENTO E MORTE

No final da década de 1940, Maranguape consolidou a liderança do médico Almir dos Santos Pinto. Fiel à sua consciência de médico e homem público, Dr. Almir, como era chamado pelo povo maranguapense, iniciava um período de liderança que durou muito tempo. Com certeza, sua maior obra foi na área da saúde, com a construção da Maternidade Olinto de Oliveira.

Lembro-me bem, em entrevista que fiz, quando ele detalhou “por menores” da conquista da maternidade para Maranguape. Esta obra ele conseguiu através do seu prestígio com o seu líder maior no Ceará, o governador Menezes Pimentel. O nome “Olinto de Oliveira” foi dado equivocadamente pelo Governo do Estado. A primeira condição para implantação da obra foi a escolha do terreno. A decisão incidiu em ocupar a praça em frente ao Paço Municipal.

Esta praça seguia a cultura do urbanismo português que sempre implantava em frente ao Paço Municipal (sede da Prefeitura) da cidade uma grande praça. O traçado urbano de Maranguape seguiu esta lógica. Inclusive, no início da década de 1920, ocorreu nesta área, o primeiro “Congresso Agrícola do Ceará”. Evento que teve uma grande repercussão no Estado do Ceará.

Com certeza, a construção da Maternidade foi uma grande realização da gestão do Dr. Almir. No entanto, a supressão da Praça do Paço Municipal foi um grande equívoco urbanístico. Um outro local teria que ser escolhido para a implantação desta obra que, durante muito tempo, serviu extremamente à população de Maranguape.

Hoje, infelizmente, esta prática de eliminação de áreas livres da cidade para construção de equipamentos comunitários ou outros - como a destinação à construção de moradias - ainda permanece na concepção dos nossos gestores. Realidade que, com certeza, é deplorável, pois vai de encontro à qualidade urbanística das cidades.

Os tempos passaram. As políticas públicas, principalmente, na área da saúde se transformaram. A Maternidade Olinto de Oliveira, ou mais exatamente, o Hospital Dr. Almir Pinto, como foi denominado depois – com justiça –, “cerraram suas portas”.
Hoje, o edifício do hospital foi vendido para um grupo econômico que pretende construir no lugar um Shopping Center, símbolo do consumismo da contemporaneidade.

Examinando-se, todo o processo da evolução dos fatos - não tenho dúvidas - ética e politicamente correto seria a devolução do terreno à Prefeitura para que ela resgatasse a Praça do Paço Municipal para a nossa cidade.