17 de abril de 2014

Carta de despedida de Gabriel Garcia Marquez

http://youtu.be/1HK3tkw0g5k

REMINISCÊNCIAS DO CENTRO DE FORTALEZA










REMINISCÊNCIAS DO CENTRO DE FORTALEZA


Todas as cidades passam por um processo dinâmico de crescimento. O fator principal da aceleração da urbanização é o desenvolvimento da economia. A visibilidade maior da expansão urbana  acontece nas novas ocupações do solo com o surgimento de loteamentos e na renovação urbana quando edifícios são demolidos e substituídos por outros. Em Fortaleza essa realidade é notória, até porque a nossa sociedade culturalmente não valoriza a  memória da cidade. "Meu Deus, quantos edifícios de valor histórico já foram demolidos!".

Mais sintomático ainda são as transformações no centro da cidade onde há muitas demolições e reformas de edificações para a adaptação de novos usos com mudança constante da paisagem. Estas transformações não acontecem somente no ambiente físico, mas também nas atividades comerciais. A globalização chegou avassaladora e provocou a instalação de empresas de fora, substituindo as genuinamente locais. No entanto, há exceções de algumas casas comerciais que heroicamente resistem a esse processo e hoje  lutam pela sua permanência na área central da cidade.

Um bom exemplo é o "Palácio das Canetas", fundado em 1966, situado na rua Barão do Rio Branco, quase esquina com a rua Guilherme Rocha. Lá estive por diversas vezes para comprar carregos de canetas e placas/troféus. A loja me chamou a atenção pela conservação da sua antiga cenografia e pela oferta de produtos atualmente pouco consumidos. Não esquecendo a boa acolhida da funcionária Ilma Moura, que lá trabalha desde 1984 e  do proprietário, o sr. Lauro Luiz da Rocha, de 89 anos, com o qual bati um "bom papo".  

Sr. Lauro chegou de Pernambuco em 1949. Inicialmente se instalou na praça do Ferreira no frequentado, na época, "Abrigo Central". Em 1965, ele comprou ao incorporador, José Alcy Siqueira, o atual prédio, onde trabalha até hoje. Diga-se de passagem, resistindo heroicamente às  altas ofertas de compra.
Ele falou das dificuldades porque passa, hoje, o seu negócio com uma redução de 80 % nas vendas das canetas devido serem elas atualmente descartáveis, como também, pela concorrência desleal dos produtos chineses ofertados a baixos preços.
Apesar de tudo, sente-se feliz por contar com a participação dos dois filhos e dois netos na  resistência da sua atividade comercial.
"0 mais importante é a saúde que Deus me dá e a minha vontade de trabalhar!", afirmou sorrindo o sr. Lauro.