ELEIÇÕES 2010 NO BRASIL

Com Dilma em Brasília, no segundo turno

Em São Paulo com Marina Silva e os candidatos a Governador e Senador do PV

Fazendo campanha na Feira de Capistrano - Ceará

Debate final na rede Globo

Fazendo campanha na Barra do Ceará - Fortaleza

AS ELEIÇÕES DE 2010 NO CEARÁ E NO BRASIL

As eleições de 2010 chegaram ao seu final do primeiro turno. No Ceará venceu o grupo de situação apoiado por um grande poder político-administrativo liderado pelo PSB, PT e PMDB. Uma coligação articulada antecipadamente com a força do poder destes partidos que, por sua vez, foram amparados pelas máquinas administrativas da Prefeitura de Fortaleza, do Governo do Estado e da União. Além da influência da liderança messiânica do Presidente Lula que teve freqüente presença na mídia pedindo votos para os seus comandados. Foi reeleito o Governador Cid Gomes, eleita a grande parte das bancadas das Câmaras Estaduais e Federais desta coligação e os senadores Pimentel e Eunício. Na realidade o sistema eleitoral brasileiro, que estabelece regras desiguais e injustas, muito contribuiu para estes resultados. Um sistema que não possibilita limite de gastos de campanha e que não dá vez igual aos partidos e candidatos na propaganda de rádio e televisão. A grande verdade é que o voto se transformou em um produto comercial. Como poderão os candidatos com pouco tempo no rádio e na televisão convencer aos cidadãos das suas idéias e propostas? Anteriormente a capacidade de interação com o eleitor se dava nos comícios. Agora vale o tempo das falas na mídia. Tudo isso sem esquecermos o fisiologismo, o clientelismo, a cooptação e a compra de votos, práticas ainda vigentes nas eleições em nosso país.
A mesma análise se faz para o plano nacional com uma componente a mais que, felizmente, não se consolidou: a bipolarização para as eleições à presidência entre Dilma e Serra. Situação barrada pelo surgimento da terceira via com a candidatura do Partido Verde através de Marina Silva. Vamos agora para um segundo turno com muitas variáveis diferentes da equação do primeiro turno, com destaque para o tempo igual na mídia gratuita para os candidatos. O Brasil tem que consolidar a real democracia com uma maior consciência política da sociedade. Torna-se mister uma reforma política que elimine as oportunidades e possibilidades eleitorais desiguais dos partidos e candidatos para buscarmos uma nova forma de fazer política. Somente com a concretização da real democracia o Brasil se consolidará como uma nação contemporânea referência para o mundo.

FERNANDO PESSOA

FERNANDO PESSOA

Pela segunda vez visitei o Museu da Língua Portuguesa na Estação da Luz, em São Paulo.

Antes vi uma exposição sobre Clarice Lispector. Agora tenho a oportunidade prazerosa de apreciar Fernando Pessoa, um dos maiores poetas da nossa língua. Vi textos poéticos, livros e objetos-referência. Suas obras, assinadas por múltiplos personagens, marcam sua personalidade polêmica criativa que encanta a todos. A exposição oferece informações detalhadas da vida do escritor, com detalhes marcantes de sua vivência em Portugal.
“Ah, puder exprimir-me todo como um motor se exprime!
Ser completo como uma máquina!
Puder ir na vida triunfante como um automóvel último modelo!” – Ode Triunfal- 1919

29a. BIENAL DE SÃO PAULO

Escultura de bronze

Obra de Gil Vicente

Obra de Gil Vicente

Móvel de escritório

29a. BIENAL DE SÃO PAULO

Estimulado pelo Curso de Belas Artes da Unifor visitei a 29ª Bienal de São Paulo. Pela primeira vez na sua história uma Bienal interage arte e política.
Neste ano a Bienal está ancorada na idéia de que é impossível separar arte e política. O título dado à exposição “ Há sempre um copo de mar para o homem navegar “ – verso do poeta Jorge de Lima – da obra “Invenção de Orfeu” sintetiza o que se busca com a Bienal.
O grande pavilhão do Parque Ibirapuera acolhe uma fantástica diversidade de pessoas. O público é o mais diversificado possível: crianças conduzidas por suas escolas, jovens, idosos, intelectuais e artistas. O espaço se transformou numa grande mostra de diversidade de trabalhos potencializados pela criatividade humana. Alguns de fácil capitação da mensagem artística, outros de entendimentos muitos subjetivos e, até, alguns de total incompreensão. Na minha modesta compreensão me chamou a atenção às pinturas do pernambucano Gil Vicente com uma mensagem radical contra algumas celebridades e a criação de um espaço de escritório na materialização de dois móveis.
Dos chamados “terreiros” considerei o de melhor mensagem o de autoria de dois arquitetos com a construção de um labirinto incentivando a prática da leitura.
A Bienal para mim se consolida como uma atividade cultural de profunda criatividade artística que possibilita, através do sentimento incorporado no visitante, a consciência de que a arte é o alimento da alma. A formação do mundo de hoje, tão impregnado de valores tecnológicos, está levando a humanidade a se comportar como seres sedentos do consumo material. Esquece-se, hoje, de que a felicidade, como alvo maior a ser alcançado pelo homem perpassa pelo sabor da arte. Inspirado nesta visita que fiz à Bienal, me veio à mente o propósito de replicar espaços culturais semelhantes a esses nos municípios brasileiros. Com certeza, seriam eventos que impulsionariam muito a cultura local.