A primeira reflexão a fazer é que o cidadão e a cidadã fortalezense não tem incorporada em sua cultura a prática do bom urbanismo. Desde a sua criação, Fortaleza não possui uma política de planejamento urbano, que conduza a cidade para uma qualidade ambiental. O crescimento da cidade não levou em conta os planos urbanísticos elaborados: culpa das gestões municipais e da própria sociedade. Grandes agressões ao meio ambiente, historicamente, tem acontecido na cidade.
A contínua ocupação do solo, com a implantação de novos loteamentos e novas construções, não preservou os recursos naturais: exemplos claros são as destruições de nossa vegetação e a depredação da nossa orla marítima, das nossas lagoas e dos nossos rios. Praças e parques foram ocupados, consolidando Fortaleza com baixos índices de áreas verdes. O patrimônio cultural- arquitetônico não é visto como um valor essencial para a memória e a história da cidade. Muito da nossa arquitetura antiga tem sido destruída sem que medidas restritivas de demolição sejam implementadas. Os planos diretores e urbanísticos não impediram o avanço da especulação imobiliária ocasionando a destruição das nossas dunas. O controle e o planejamento urbano são ineficazes por não existir, na estrutura administrativa da gestão, um órgão que conduza o processo de planejamento urbano (o que existia foi extinto: o IPLAM). Por sua vez, não se compreende que, numa metrópole com mais de dois milhões e meio de habitantes, não exista um espaço na estrutura administrativa com competência para fazer acontecer a gestão de nossas praças, parques e demais áreas verdes.
A política de educação ambiental sempre foi muito tímida, não alcançando os seus objetivos de conscientização cidadã para a busca de uma cidade ambientalmente equilibrada.
A Agenda XXI local não se consolidou ainda como um instrumento de planejamento e de orientação para o desenvolvimento sócio-econômico e ambiental da cidade capital de todos os cearenses.
Portanto, nós fortalezenses pouco temos a comemorar no dia do urbanismo.
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