24 de novembro de 2008







PRAÇA DR. REGIS JUCÁS : UM EXEMPLO DE AÇÃO COMUNITÁRIA

Quando da construção da duplicação do viaduto da via férrea, na Av. Antonio Sales, restou uma significativa área livre. Os moradores do Edifício Perúgia, que se situa em frente à área, muito reivindicaram à Prefeitura Municipal de Fortaleza, por meio da SER 2, a construção de uma praça.
Ao mesmo tempo, os amigos do saudoso médico Dr. Régis Jucás solicitaram à Prefeitura que fosse dado o seu nome à praça.
O Partido Socialista Brasileiro (PSB) - partido ao qual militou o Dr. Regis - em contra partida, se comprometeu em ofertar um monumento para homenageá-lo.
Os moradores, através de fotografias que foram feitas durante todo o processo de construção, registraram toda as fases da obra. Houve uma grande interação do condomínio com a construção da praça: constantemente, os moradores e os operários se comunicavam na busca da qualidade ambiental daquele espaço.
Finalmente, no dia 06 de novembro de 2008 a praça foi inaugurada. O desafio agora é a manutenção da praça, principalmente a irrigação do jardim. Foi aí que, em assembléia, o condomínio do edifício pactuou com os moradores as suas participações voluntárias: cada morador oferece uma gratificação ao zelador do prédio para fazer a irrigação.
Hoje, a praça está bem cuidada e mantida pelo Edifício Perúgia. Inclusive, esta atitude do condomínio levou à inscrição para concorrer ao Prêmio Gentileza Urbana, patrocinado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil, departamento do Ceará – IAB-Ce. Esta comenda é ofertada às experiências comunitárias bem sucedidas para o bem da cidade.




CUIDAR DAS ÁREAS VERDES É MUITO IMPORTANTE


O desenvolvimento sustentável, baseado na Agenda 21, requer nas cidades a consolidação de áreas verdes - através dos parques, das praças e da arborização. O patrimônio natural é fundamental para a qualidade de vida das nossas cidades, como também, fonte educadora para que as atuais e futuras gerações aprendam, através dos elementos básicos da natureza, a interagir de forma inteligente e sustentável com os recursos naturais o sentimento do amor e da vida.
A consolidação destas áreas verdes, a princípio, depende de uma decisão política clara e firme dos gestores municipais apoiada em princípios que levem em conta: 1.Compreender a gestão das áreas verdes como uma ciência, portanto, passível de ser gerenciada por profissionais capacitados, 2.Elaborar planos diretores de áreas verdes e arborização urbana, 3.Sensibilizar e educar as comunidades para a defesa do patrimônio verde, 4.Garantir nos espaços livres públicos um solo predominantemente permeável como forma de evitar os impactos das precipitações pluviométricas, 5. Existir na estrutura da prefeitura municipal uma área gestora dos espaços públicos compatível com o tamanho da cidade e 6.Fundamentalmente, assegurar no orçamento público recursos para viabilizar a implantação e manutenção das áreas verdes.
Em Maranguape, quando fui prefeito tivemos um carinho todo especial com a implantação e conservação das áreas verdes da cidade. Muitas novas praças surgiram e implantamos uma logística para mantê-las sempre as com belos jardins. Construímos, também, os parques do rio Gavião ( Parque Raimundo da Silva ) e o Parque Ecológico Renato Braga, fruto de um convênio com o IBAMA, ocupando o antigo Posto de Fomento. No centro da cidade, construímos uma rede de água alternativa para irrigar, simultaneamente, quatro praças, aproveitando as águas da lavagem dos filtros da CAGECE, através do rio Pirapora.
A sociedade, por sua vez, absorve o sentimento do cuidar, passando a ser, também, responsável pela manutenção das áreas verdes da cidade.




Arq.Marcelo Silva
Prefeito de Maranguape
Presidente Estadual do Partido Verde

6 de novembro de 2008

URBANISMO EM FORTALEZA


A primeira reflexão a fazer é que o cidadão e a cidadã fortalezense não tem incorporada em sua cultura a prática do bom urbanismo. Desde a sua criação, Fortaleza não possui uma política de planejamento urbano, que conduza a cidade para uma qualidade ambiental. O crescimento da cidade não levou em conta os planos urbanísticos elaborados: culpa das gestões municipais e da própria sociedade. Grandes agressões ao meio ambiente, historicamente, tem acontecido na cidade.

A contínua ocupação do solo, com a implantação de novos loteamentos e novas construções, não preservou os recursos naturais: exemplos claros são as destruições de nossa vegetação e a depredação da nossa orla marítima, das nossas lagoas e dos nossos rios. Praças e parques foram ocupados, consolidando Fortaleza com baixos índices de áreas verdes. O patrimônio cultural- arquitetônico não é visto como um valor essencial para a memória e a história da cidade. Muito da nossa arquitetura antiga tem sido destruída sem que medidas restritivas de demolição sejam implementadas. Os planos diretores e urbanísticos não impediram o avanço da especulação imobiliária ocasionando a destruição das nossas dunas. O controle e o planejamento urbano são ineficazes por não existir, na estrutura administrativa da gestão, um órgão que conduza o processo de planejamento urbano (o que existia foi extinto: o IPLAM). Por sua vez, não se compreende que, numa metrópole com mais de dois milhões e meio de habitantes, não exista um espaço na estrutura administrativa com competência para fazer acontecer a gestão de nossas praças, parques e demais áreas verdes.

A política de educação ambiental sempre foi muito tímida, não alcançando os seus objetivos de conscientização cidadã para a busca de uma cidade ambientalmente equilibrada.
A Agenda XXI local não se consolidou ainda como um instrumento de planejamento e de orientação para o desenvolvimento sócio-econômico e ambiental da cidade capital de todos os cearenses.
Portanto, nós fortalezenses pouco temos a comemorar no dia do urbanismo.