O homem desde as cavernas progressivamente cria novas
tecnologias. Passo a passo ele acumula conhecimentos que geram constantemente
novas tecnologias.
Há inventos, e mais inventos. Há uma progressiva
construção tecnológica sempre buscando o futuro.
Diana afirma: “A arte no século
XXI: a humanização das tecnologias coloca uma questão atual: a produção
artística sintonizada com os avanços tecnológicos, revelando os aspectos
humanos das tecnologias. estas reflexões tem a arte como ponto de convergência
e são pensados os efeitos das tecnologias na vida contemporânea, determinando
traços da cultura deste final de século”.
Não há como separar a tecnologia da arte. As primeiras
expressões da arte, nas cavernas, certamente o homem usou a química para
definir o uso das tintas.
Hoje principalmente com a revolução digital o mundo se
transformou em um grande organismo vivo com o surgimento das redes sociais. As
conquistas da eletrônica e da informática promoveram uma grande revolução nas
relações humanas. Consolidam-se, cada
vez mais, as relações das ciências humanas, das ciências exatas e das ciências
da vida. A arte caracteriza-se pela mutabilidade e pela efemeridade. Ela é
acima de tudo interativa e busca a participação coletiva. O artista tem que ter
uma cosmovisão, uma visão ampla do mundo contemporâneo.
Não existe mais somente o cérebro humano. A tecnologia
criou o cérebro digital. O artista não é mais sozinho o autor de suas obras, a
máquina lhe é incorporada e promove a socialização de sua criação. Surgiram os
netmuseus, as netgalerias e as netmagazines proporcionando as comunidades virtuais.
A arte ganha o conceito de “obra aberta”, de todos e
não é mais proprietária da elite, ela se dissemina nas massas ocupando espaços
antes inexistentes. Agora não é somente participação, é também interação. A
ciência robótica cria o homem virtual que em muitas ações substitui o homem em
sua atuação onde se somam a engenharia mecânica e elétrica, a inteligência
artificial, a engenharia eletrônica e a física. O homem usa a capacidade das
máquinas para mudar seu pensamento.
Surge, também, a cibernética que controla a
comunicação e as máquinas. Surge uma mentalidade consequência da era digital
com instrumentos extensivos da capacidade do corpo humano.
A arte é modificada com esta “simbiose do tecnológico/artificial/natural
interfaceado ao físico/real e virtual/digital”.
“As tecnologias
ampliaram o campo de percepção por novas formas de existir antes não
permitidas por um corpo somente biológico”.
Cada vez mais as máquinas transformam as mentalidades
e os pensamentos do homem: “o sangue tem o mesmo valor que a corrente
elétrica”.
Na contra mão existem aqueles que veem um grande
perigo nesta dependência do homem com a máquina, e, portanto condenam esta
realidade. Acham que o homem está reinventando uma nova vida.
Em minha opinião não há como separarmos a arte da
ciência. As novas tecnologias estão criando um mundo totalmente diferenciado,
mudando seus conceitos e valores e fazendo surgir uma sociedade abertas a novos
conceitos e comportamentos.
Um exemplo mais claro é a redução drástica das
distâncias encurtando caminhos, eliminando fronteiras e massificando culturas.
A arte não tem como fugir desta realidade. Um exemplo
mais contundente está na arquitetura onde é visível as transformações com o
surgimento de novas tecnologias e
materiais de construção.
Resta-nos aceitar as novas tecnologias e fazer da arte
um grande instrumento transformador para alcançarmos uma sociedade justa,
igualitária e sustentável.